quinta-feira, 2 de julho de 2015

A greve do magistério



Em tempos idos precisávamos, lá na Escola, de um modo de criar verbas para manter a greve e nossas reivindicações.Acampamos na Praça da Matriz, junto ao Palácio Piratini da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Brasil.

Quando tomei conhecimento das necessidades da turma tive uma ideia e tratei de materializá-la. Precisávamos de faixas, muitos cartazes,cavaletes, fita adesiva, cola, caneta e tudo o mais que possibilitasse agir em nome da causa e da palavra de ordem.

Então,escrevi 80 quadrinhas, sendo uma para cada uma das professoras, contendo  nome e características pessoais.

Fui encontrando as colegas e oferecendo as quadrinhas:

-Se quiseres guardar como lembrança essa quadrinha que fiz com o teu nome, é só pagar uma pequena quantia e levar para casa.

 Não saberia dizer a quantia solicitada, mas nunca vou esquecer que vendi as 80 quadrinhas que havia feito. Depois de alguns dias coloquei a importância arrecadada em um envelope e me dirigi à comissão de greve para fazer a entrega.

Ao deixar o local percebi que, ao mesmo tempo, entrava uma das vice-diretoras da Escola.

Eu já havia me distanciado um pouco, mas ainda foi possível ouvir o seguinte diálogo:

-Como conseguimos essa importância em dinheiro?

-Com as poesias da Katia.

Agradeci a Deus por esse dom de inspiração pródiga que me leva a escrever uma poesia, logo ao acordar, antes do café matinal. 


Katia Chiappini

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